Hier gibt es ein in Brasilien erschienenes Interview, allerdings in Portugiesisch.
Entrevista: Richard Armitage, de fã de Tolkien a rei Sob a Montanha Falamos com o ator que deu vida a Thorin sobre a franquia "O Hobbit", a importância do trabalho de Tolkien pra ele e muito mais, confira!
Por: Claudia Mascellani
O final da franquia “O Hobbit” chegará para nós no Brasil nessa quinta-feira, 11 de dezembro, com a terceira a estreia do último filme da mais recente trilogia assinada por Peter Jackson. “O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos” trará o fim da jornada de Bilbo Baggins e da companhia de Thorin Escudo de Carvalho que tinha como objetivo recuperar a Montanha Solitária e seu tesouro das garras do dragão Smaug.
Para a divulgação de “A Batalha dos Cinco Exércitos” a Warnter trouxe ao Brasil o ator inglês Richard Armitage que deu vida a Thorin nas telonas. Além de apresentar o filme na pré-estreia que ocorreu ontem (7) durante o último dia Comic Con Experience, ele conversou com a imprensa sobre sua participação em “O Hobbit”.
O ator de quase 1,90m de altura pode parecer intimidador a primeira vista, porém ao entrevistá-lo descobrimos que o intérprete do Último Rei Sob a Montanha, além de uma pessoa divertida é bastante fácil de se conversar. Em uma mesa redonda para poucos jornalistas Armitage mostrou que é um fã ávido de toda a mitologia criada por J.R.R. Tolkien, da Terra Média e todos os seus elementos.
O primeiro contato do ator com o mundo criado por Tolkien foi aos sete anos de idade, ao ler “O Hobbit” na escola. Após algum tempo, ele estrelou uma peça escolar baseada no livro, no papel de um elfo. Tendo uma relação de longa data com o trabalho do autor, Armitage contou que ao saber da adaptação da trilogia “O Senhor dos Anéis” queria um papel para sí:
"Quando descobri que Pete [Peter Jackson] estava fazendo “Senhor dos Anéis” meu primeiro instinto
foi ir ao meu agente e perguntar ‘Existe alguma chance de eu fazer a audição para Legolas?’. Ele riu de mim e disse ‘Esqueça, ele [Peter Jackson] não sabe quem você é e ele já filmou tudo’. Quinze anos depois, tive uma contribuição considerável com um personagem [Thorin Escudo de Carvalho] que talvez fosse mais adequado para mim… Foi certo que eu interpretasse esse papel e não Legolas
Apesar de contente com a adaptação feita do livro para o cinema, considerando o tamanho das obras, Armitage falou sobre a decepção que teve quando uma de suas cenas favoritas do livro não entrou no roteiro. O momento em que os elfos capturam os anões na Floresta das Trevas em um banquete estava sendo aguardado pelo ator, pois ele havia encenado o mesmo momento em sua peça escolar."
Em uma entrevista há algum tempo, o ator havia mencionado que após chegar na Nova Zelândia para a preparação do filme, não desfez as malas por três semanas por sentir que seria mandado embora da produção a qualquer momento. Assim resolvemos perguntar a ele mais sobre isso.
Além do Oscar: Voltando ao início da produção de “O Hobbit”, quando você ainda estava inseguro sobre seu papel no projeto. Em que momento percebeu que não iria a lugar algum e realmente estava fazendo parte de tudo? Richard Armitage: Não existiu um momento onde Peter disse ‘isso não está funcionando, vá para casa que consertaremos isso digitalmente’, mas houve um momento no qual percebi que tínhamos os mesmos gostos, estávamos rumando na mesma direção, nós não tínhamos atritos entre nós. A razão pela qual eu não desfiz minhas malas foi porque não tinha certeza que eu era o casting certo para o personagem. Talvez eu fosse muito jovem, não entendia porque ele escalou uma pessoa alta… É um experimento no início, comecei a tentar envelhecer o personagem, fazer ele andar mais vagarosamente, falar com uma voz ‘mais velha’ e eles me tiraram disso. Eles não queriam isso. Queriam alguém que fosse um rei em potencial, alguém que aparecesse no campo de batalha no final e mostrasse porque ele era descrito como um guerreiro lendário, Thorin Escudo de Carvalho, é assim que Tolkien lhe descreveu. Quando eu acreditei no que eles estavam dizendo, foi aí que desfiz minhas malas. Mas o lugar ainda estava uma bagunça (risos).
Ao ser questionado sobre como lida com a sua privacidade, ou mesmo a falta dela, por ter participado de uma produção do porte de “O Hobbit”, o ator revelou que nunca é reconhecido por interpretar Thorin e que existe um motivo por trás disso.
"Gosto do fato de nós nunca termos visto uma versão desconstruída de Thorin. Era algo que lutei [para acontecer], porque queriam filmar o processo de maquiagem, mas me recusei a participar. Eu não queria as pessoas vendo como me tornei o Thorin, queria que nós fossemos percebidos como dois indivíduos diferentes. Que de alguma maneira, Thorin fosse uma pessoa de verdade, um personagem real, ele não é um ator com maquiagem. Então acho que é por isso que eu não sou reconhecido. Acho ótimo! Posso comprar LEGO do “Hobbit” sem ser notado"
Considerando a bagagem emocional que Richard tem com a obra de Tolkien, quisemos saber mais sobre sua reação durante a produção dos filmes.
AdO: Como fã, qual foi o momento mais impactante de se trabalhar nos três filmes? RA: O dia em que gravamos a cena no pé das escadas que dão para a passagem secreta [de Erebor]. Nós estávamos na base de uma montanha chamada Ruapehu, que é um vulcão ativo e tivemos que ter permissão especial para filmar nesse local, porque ele é sagrado, é terra Maori. Tivemos também uma cerimônia Powhiri em que eles nos deram permissão para ficar lá. Fiquei ali parado, na base de um vulcão ativo…
AdO: Em entrevistas passadas você falou como não era fã de mídias sociais e que “não entendia o Twitter”. Mas no dia do seu aniversário você abriu uma conta no site, o que provocou essa mudança? RA: Eu segui os passos de Peter, na maneira como ele tratava seus fãs, sua consideração com eles, sua dedicação [com os fãs] provavelmente foi o que me mudou mais. Porque sempre acreditei em fazer meu trabalho a portas fechadas, e só levantar as cortinas quando está tudo terminado, assim ninguém sabe como foi feito, ninguém sabe como funciona a mecânica, ninguém acompanha o processo. Eu achava que essa era a melhor maneira para se fazer as coisas. Porém, do jeito que Peter “alimenta” os fãs e os mantêm envolvidos durante o processo, eles investem emocionalmente [no filme] e é como eu me sinto sobre o meu trabalho. [Meus] fãs apoiaram tanto o meu trabalho que hoje tenho uma carreira por causa deles e a coisa honrada a se fazer é dar algo de volta. Meu exemplo é que tantas pessoas estão emocionadas com esse filme final, mas nem todas elas podem vir na première, elas não podem vir para o Brasil comigo, mas se de alguma maneira eu puder dar um pouco para elas… Eu posso dividir um pouco disso no Twitter, isso é algo que eu posso fazer. E também eu apoio diversas instituições de caridade e então é uma ótima maneira de dar algo em troca.
Sem a frieza esperada de um inglês, Richard mostrou um carinho enorme pela obra de Tolkien e uma felicidade de poder fazer parte de uma adaptação tão incrível. Animado ele finalizou a entrevista de forma tranquila e seguiu para sua atarefada agenda. E aqui fica a dica, se você é fã dele e “O Hobbit” fique atento, pois assim como ele publicou diversas imagens de sua passagem pelo Brasil, mais coisas vem por aí já que o longa só chega às telas norte-americanas uma semana depois da estreia por aqui. Enquanto dia 11 não chega, continue conferindo nossas impressões sobre o filme por aqui e nossa cobertura especial da Comic Con Experience no Like a Nerd.